quinta-feira, 23 de julho de 2009

Recado da Mãe Mampi

Não tenho muito a falar:Seu blog é infinitamente verdadeiro...
Tenho orgulho em te - la "Parido".Sois a voz da minoria,dessa devastadora,
desigualdade social. No atual momento os grupos capitalistas que descansam
em seus leitos confortáveis sonham. Sonhos de consumo, afinal de conta,
2014 temos "Copa” do mundo no Brasil!E depois os estádios servirão apenas de sombra na mudança do sistema solar. Ou talvez palco para o vazio, silêncio, cimento. Copa do mundo X Desigualdade social. O que farão com os Estádios construídos!
Filha Parabéns! Sou apenas uma semente minúscula diante de suas ações e atitude...

Um beijo estarei aqui, te aguardando, com meu abraço, com meu amor...
Eu te amo estarei aqui, te seguindo e aprendendo...

Márcia, sua mãe que sempre te aguarda com todo carinho do mundo.

domingo, 5 de julho de 2009

O Rebelde do Traço



Muitas foram as fontes de inspiração para escrever no blog. Um curta do Henfil www.portacurtas.com.br/pop_160.asp?Cod=1554&Exib=1) que apresentava alguns momentos da vida e luta dele é uma dessas fontes.
O site de curtas da Petrobrás é um bom espaço para encontrar a produção brasileira de audiovisual. A Petrobrás caminha junto com a sua tecnologia. Muitos programas da estatal já possuem endereço eletrônico, inclusive para apresentar sua prestação de contas.


Homenagem a Henfil


Militante do movimento social e político, mineiro, cartunista, escritor, e jornalista, Henriquinho, filho da inspiradora D. Maria mos deixou traços inconfundíveis.

Em todas as suas atividades, lá estava à bandeira da democracia brasileira. Escrevia cartas para o povo brasileiro, driblando a ditadura com a imagem e características de sua mãe doce e compreensiva. Sofreu com AI 5, seu irmão Betinho foi exilado; no livro Diretas já ele ataca diretamente os grupos oligárquicos do Brasil, que atuavam no centro da política.

O silêncio da Graúna apresentava o grito daqueles que queriam eleger o seu presidente. Sutil e sensível tocava os seus iguais:

"Eu nunca soube amar. Eu nunca soube amar a cada um. Eu nunca soube amá-los como indivíduos. Eu nunca soube aceitá-los como feios, fracos e lentos. Tragam-me um doente e não chorarei com ele. Mas me mostrem um hospital e derramarei rios e mares. Eu não sei falar e ouvir um homem, uma mulher ou uma criança. Eu só sei fazer coletivo, massa, povo, conjunto.”

“Minha arte é fruto da minha importância de viver com vocês”

Mesmo hemofílico, mesmo sabendo que a sua vida poderia ser mais curta que a luta, ele lutava todos os dias, com lápis e papel, com esperança e medo, com silêncio ou paranóia.

Somos tudo que lemos, que vimos, ouvimos; todos os nossos sentidos, todas as relações que já tivemos; todos os projetos que já nos engajamos, todos os protestos que já fomos; todos os atos que não fomos.

A nossa consciência e inconsciência ganha forma para quem esteja interessado em coletivizar e disponibilizar, sem medo do julgamento, da critica e autocrítica. Por isso não só a primeira postagem do blog é uma homenagem a Henfil, mas sim a própria iniciativa de divulgar as nossas em um blog, sem ter como objetivo apenas o contador de visitas.


Cartas da Mãe - Publicada na revista "Isto é", em 1978.

Mãe,



Fiquei muito alegre quando os dubladores entraram em greve. Hah, sim, lembrei. Isso não é do tempo da senhora. Dubladores são aqueles que fazem a voz no lugar dos outros. Por exemplo, a voz da Kelly, uma das panteras, quem faz é a Neuza Amaral. A da Farrah, é a Marilisi….

A greve é justa, questão trabalhista. Ponto final.

Eu estou satisfeito é porque, depois do advento dos dubladores, nunca mais ouvimos a voz real do Kojak. Ficou chatíssimo ver filme de TV. Tanto faz ser John Wayne, Woody Allen ou Baretta. A voz é sempre a mesma do mesmo dublador. E a aflição que dá ver o Marlon Brando movendo os lábios assim, e a voz saindo assado?

Talvez o desespero que toma conta da gente, quando vê um filme dublado, seja apenas identificação. Nossa situação é a mesma, mãe! Nunca notou que a minha voz, a voz da senhora, do Carlito, da Regina, do Alfredo, da Jane, da Nelma, do Humberto, do Ivan, a voz de 110 milhões de brasileiros é feita pelo mesmo dublador?

Eu quero ouvir a minha voz!

Um beijo do seu filho,



Henfil